O empresário de Penha, Osmar José Vailatti, foi reeleito para mais dois anos na presidência da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Santa Catarina (ABIH/SC). Ele recebeu a Revista Livre para uma entrevista na Pousada Pedra da Ilha, onde contou um pouco das perspectivas, ações futuras da entidade e também para falar sobre turismo.





Revista Livre - A sua reeleição para a presidência da ABIH é um voto de confiança no trabalho?

Osmar Vailatti - A minha reeleição para um novo mandato frente a ABIH foi uma questão muito natural que ocorreu neste ano em vista de todo um trabalho que foi feito, um trabalho de equipe, onde a gente conseguiu formar um grupo de pessoas comprometidas com a entidade, que facilitou o trabalho da presidência. A nossa estrutura administrativa da sede da ABIH hoje está muito profissionalizada, com quatro colaboradoras muito competentes, que fazem essa gestão administrativa muito bem, e que proporciona a diretoria executiva uma liberdade maior para se reunir, discutir as metas, estabelecer objetivos e passar essa execução para as colaboradoras da sede da ABIH.


A reeleição veio por esse trabalho, o grupo quis continuar e me convidaram para permanecer mais um mandato de dois anos. A gente acredita que ainda temos muito o que fazer, então entendemos que neste segundo mandato poderemos obter resultados bem maiores que o primeiro, onde tivemos que acertar várias questões que estavam pendentes. Felizmente chegamos ao final deste mandato com a entidade bem estruturada, com as contas em dia.


O Encatho do ano passado já foi positivo, o deste ano foi muito promissor, tivemos um resultado muito significativo, que estruturou muito bem a entidade.







Revista Livre - Algumas ações previstas já para esta nova gestão?

Osmar Vailatti - Bem, nós já começamos agora no dia do Hoteleiro, pois este é um trabalho onde se antecede a data da realização. Já iniciamos o lançamento do 32º Encatho e Exprotel, que vai ocorrer em agosto no Centro Sul, em Florianópolis. Então o Encatho absorve praticamente seis meses do trabalho permanente da entidade, mas evidentemente, paralelo a isto, temos um foco muito importante no treinamento, na capacitação, na formação dos colaboradores, seja na área gerencial ou operacional. Este é um trabalho permanente na ABIH.


Temos neste segundo ano um objetivo que já está começando a se concretizar, com parcerias importantes como Senac e Sesc, oferecendo benefícios e formação aos nossos associados. Esta é uma meta que vamos desenvolver com o suporte de entidades ligadas ao setor e com uma larga folha de serviços para o estado de Santa Catarina.





Revista Livre - Expectativas da ABIH para a próxima temporada.

Osmar Vailatti - Bem, eu acho que poderemos ter uma temporada melhor do que a expectativa, porque o Brasil vive um novo momento, onde uma liderança na Presidência da República faz o chamamento para que nós tenhamos, digamos assim, um Brasil mais desenvolvimentista na área econômica, ajustando os ponteiros, como se diz, e acho que esse é um clima que existe hoje no mercado, um clima de otimismo, de esperança e um clima de motivação de que nós teremos uma temporada boa, talvez repetindo a do ano passado, mas no sentido de uma expectativa de logo adiante termos mais resultados, visto que acreditamos que o Brasil vai caminhar em outros níveis.


Eu, como empresário, como presidente da ABIH, o que eu escuto é justamente essa expectativa de um Brasil novo, com mais emprego, renda e consumo, proporcionando a cada cidadão uma condição de crescimento pessoal.







Revista Livre - Neste caso, com a expectativa do Ministério do Turismo não ser mais um ministério, ser incorporado dentro de outro, o senhor acredita que isso pode influenciar de alguma maneira nos negócios para o turismo?


Osmar Vailatti - Eu acho que não, porque não é o aspecto de um conceito maior ou menor de um ministério que vai mudar o trabalho e o planejamento de uma gestão. Eu estive lendo que o Ministério do Turismo pode ficar junto com o Ministério da Cidades, um dos mais tem recursos. Eu acho que o turismo poderá estar dentro de um conglomerado mais forte, com mais recursos e que poderá inclusive auxiliar muitos municípios e estados nesta política de vendermos bem o nosso país e darmos condições econômicas para o cidadão brasileiro poder viajar e, com isso, fortalecer o turismo nacional.









Revista Livre - Na questão de fortalecimento do turismo, agora fala-se muito em roteiros integrados entre as cidades. Como o senhor vê essa proposta?

Osmar Vailatti - Eu acho espetacular esta questão, porque na verdade o turista não sai de casa para ir num único destino. Ele chega num determinado local, onde previamente escolheu para passar as suas férias, e quer, se possível, conhecer tudo o que esteja próximo, interligado e tal... fazendo com que ele até prolongue a sua permanência, veio para ficar 5 dias e acaba ficando mais 2 dias porque alguém ofereceu um outro destino próximo de onde ele está, para ele curtir com a família ou com os amigos um período maior de suas férias.





Revista Livre - Nesse quesito Santa Catarina se beneficia...

Osmar Vailatti - Eu acho que nosso estado é o que, certamente, terá um benefício muito maior com essa política, regional, integrada. Dizem que, no mundo, esse tipo de conceito, de turismo integrado, regionalizado, é a base de sustentação da rede hoteleira. Por quê? Porque um índice grande de pessoas que estão muito próximas, que não têm um custo muito maior de viagem, de passagens aéreas, ele prefere permanecer dentro desse círculo integrado, regionalizado.


Imagine nós, aqui de Santa Catarina, que temos ao norte o Paraná, ao sul o Rio Grande do Sul, dois estados muito maiores que o nosso e que são apaixonados por Santa Catarina. Então, isso será um incremento muito grande. Isso sem falar do paulista, que está hoje a 7, 8 horas de automóvel, em boa rodovia para chegar em Santa Catarina...


O ministro do Turismo falou aqui em Piçarras, que o turismo precisa oferecer inovações para o viajante, o visitante, tem que despertar nele novidades. Claro que a novidade também está num conceito de bem servir, de bem receber, de bem atender. Então, eu acho que nós realmente temos um potencial no turismo de Santa Catarina, que hoje é uma economia forte no estado, representamos 12 ou 13%, um índice muito significativo e vai depender de nós praticarmos o bom atendimento e o bom turismo.










Revista Livre - Na tua opinião, o que precisa o estado melhorar para ampliar a atração de turistas?

Osmar Vailatti - Eu acho que a grande missão do estado é focar a infraestrutura das nossas cidades, das nossas comunidades, precisamos cuidar da comunicação, da segurança, da legalidade dos serviços que são prestados aqui, porque certamente se nós não cuidarmos disso, muitos turistas poderão cair em situações desagradáveis, porque esperam uma coisa do estabelecimento e encontram outra.

Então eu acho que a missão do estado é mais ampla, de suporte e tal, mas a missão do hoteleiro é de preparar o seu equipamento turístico, com inovações, com qualidade de equipamento, de materiais e especialmente com qualidade de mão-de-obra, de pessoas.





Revista Livre - Neste caso, então, público e privado precisam andar juntos...

Osmar Vailatti - Ah, com certeza, precisam caminhar juntos, termos boa sinalização, termos esses aspectos todos que facilitam a vida de quem vem de fora e se encontra em um local onde ele precisa das informações, as mais simples possíveis, mas que vão dar a ele aquele bem-estar e a segurança de estar em uma comunidade acolhedora.





Revista Livre - Por fim, Osmar, o Encatho/Exprotel do ano que vem, fale um pouquinho do tema que será tratado.

Osmar Vailatti - Nós temos uma expectativa para esse Encatho. Nós locamos no Centro Sul um espaço físico maior, vamos ter, por exemplo, a secretaria e o cadastramento na parte térrea, abrigada para proteger a chegada do participante. Nessa parte da recepção já vamos ter uma área de exposição de alguns produtos próprios para estar neste espaço.


Temos a convicção que teremos um Encatho maior, temos muitas manifestações de expositores que estiveram conosco neste ano e que já disseram "estamos juntos com vocês ano que vem". O interessante é que está havendo, também, a participação de muitos segmentos de produtos e serviços novos no mercado e essas empresas estão ávidas em oferecer isso para o público-alvo, que são os hoteleiros.


Então, a nossa expectativa é muito positiva, nós achamos, com muita modéstia, que faremos o melhor encatho de todos os anos, já com a experiência desses últimos dois que realizamos, agora nos preparando bem para realizar o Encatho de 2019 com esta convicção de que, repetindo o que falamos antes, o mercado com uma gestão federal nova, com uma economia em crescimento, já há uma expectativa bem melhor de crescimento na economia para 2019 do que foi em 2018. Então, isso tudo são fatores que nos fazem acreditar que vamos ter o apoio dos expositores, porque essa é a força que move o Encatho, e a nossa temática também vindo de encontro a essa expectativa que o hoteleiro, o gestor da hotelaria necessita, para ele ser bem sucedido também na sua atividade econômica.




*Fotos: Rodrigo Knack / Revista Livre